Resenha do filme: Medianeras
Roteirista: Gustavo Taretto
Elenco: Javier Drolas, Pilar López de Ayala, Inês Efron, Carla Peterson
Elenco: Javier Drolas, Pilar López de Ayala, Inês Efron, Carla Peterson
Origem: Argentina
Ano: 2011
Gênero: Drama, Romance
Duração: 95 minutos
Avaliação: 5/5 Favorito!
Sinopse:
O filme começa nos apresentando a Martin (Javier Drolas), ele narra o cenário de Buenos Aires, refletindo sobre as construções.
Martin (Javier Drolas) e Mariana (Pilar López de Ayala) vivem na mesma rua, em edifícios opostos, mas eles nunca se conheceram. Eles andam pelos mesmos lugares, mas nunca notaram um ao outro. Quais são as chances deles se conhecerem em uma cidade de três milhões de habitantes? O que os separa, irá uni-los.
O filme começa nos apresentando a Martin (Javier Drolas), ele narra o cenário de Buenos Aires, refletindo sobre as construções.
Esses prédios que se sucedem sem lógica demonstram total falta de planejamento. Exatamente assim é a nossa vida que construímos sem saber como queremos que fique.
Martin é fóbico, meio deprimido e sai pouco de casa. Passa a maior parte do seu tempo no computador, que considera o seu lugar. Além de trabalhar criando sites, utiliza a internet para tudo, inclusive conhecer pessoas.
Então vem a vez de Mariana (Pilar López de Ayala). Acaba de voltar para o seu antigo apartamento depois de uma relação que não deu certo. Ela é arquiteta, mas trabalha como vitrinista.
Gosto de pensar nas vitrines como um lugar perdido que não está nem dentro nem fora. Um espaço abstrato e mágico. Reconheço que refletem parte de mim, mas me tranquiliza o anonimato. Imagino, talvez burramente, que se alguém para diante da vitrine de alguma forma se interessa por mim.
Seu livro preferido é aquele em que se procura o Wally. Ela o achou em todos os lugares, menos na cidade e com isso faz uma analogia a sua própria situação:
Se, mesmo sabendo quem eu procuro, não consigo achar, como vou achar quem eu procuro se nem sei como é?.
Durante o filme vemos Martin e Mariana encontrarem outras pessoas e falharem a cada nova relação. Ao mesmo tempo os vemos em seus apartamentos, compartilhamos de seus pensamentos e percebemos o quão parecidos os dois são. Cria-se então a expectativa de que os dois se encontrem, mas cena após cena, apesar de estarem tão próximos em algumas, nossas expectativas são frustradas
A história é simples, porém muito boa. Ela relata um problema atual e acho que todos podem se identificar em algum momento. Cada vez mais as pessoas fecham-se em si mesmas, fogem do contato pessoal e o buscam na internet, no conforto da própria casa, mas esses contatos costumam ser vazios e raramente refletem a realidade.
Conclui que esses encontros são como combos do McDonald's. Nas fotos, é tudo melhor, maior e mais apetitoso. Cada vez que vou a um encontro tenho a mesma decepção que vem diante de um Big Mac.
O filme também retrata a solidão, o sentimento que é estar cercado por diversas pessoas e não encontrar alguém que compartilhe dos mesmos gostos que o seu. Somado a isso temos cenas divertidas, que são engraçadas, mas de uma forma muito natural, brincando com os acontecimentos da vida que, por vezes, são tragicômicos.
A atuação tanto de Javier Drolas quanto de Pilar López foi muito boa. Eles conseguiram transmitir a angústia que seus personagens sentiam por estarem sozinhos e, ao mesmo tempo, a necessidade da busca por alguém que ora almejavam e ora os cansava e decepcionava.
Os cenários são outro destaque que contribui muito para a história. Todos os prédios que aparecem, feios, mal conservados e cinzas ajudam a criar o clima opressor e solitário de uma cidade grande onde você não passa de mais um na multidão.
O filme vai se desenrolando em um bom ritmo, com pequenos acontecimentos que vão nos dando esperança de finalmente vermos os dois se encontrarem. O final foi muito bem construído, justamente porque um detalhe na trama inteira que nem parecia tão importante assim fez toda a diferença. E o vídeo no final deu um tom muito natural e agradável ao desfecho. Vale muito à pena assistir.
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