Resenha do filme: Os Suspeitos

Os Suspeitos
Título Original: Prisioners
Diretor: Denis Villeneuve
Roteiro: Aaron Guzikowski
Elenco: Hugh Jackman, Jake Gyllenhaal, Viola Davis, Maria Bello, Terrence Howard, Melissa Leo, Paul Dano
Origem: Estados Unidos
Ano: 2013
Gênero: Suspense
Duração: 146 minutos
Avaliação: 4/5

Sinopse:
Boston, Estados Unidos. Keller Dover (Hugh Jackman) leva uma vida feliz ao lado da esposa Grace (Maria Bello) e dos filhos Ralph (Dylan Minnette) e Anna (Erin Gerasimovich). Um dia, a família visita a casa de Franklin (Terrence Howard) e Nancy Birch (Viola Davis), seus grandes amigos. Sem que eles percebam, a pequena Anna e Joy (Kyla Drew Simmons), filha dos Birch, desaparecem. Desesperadas, as famílias apelam à polícia e logo o caso cai nas mãos do detetive Loki (Jake Gyllenhaal). Não demora muito para que ele prenda Alex (Paul Dano), que fica apenas 48 horas preso devido à ausência de provas contra ele. Alex na verdade tem o QI de uma criança de 10 anos e, por isso, a polícia não acredita que ele esteja envolvido com o desaparecimento. Entretanto, Keller está convicto de que ele tem culpa no cartório e resolve sequestrá-lo para arrancar a verdade dele, custe o que custar.

A sinopse não me impressionou muito, achei que fosse ser mais um daqueles filmes policiais onde a polícia é ausente e o culpado alguém bem óbvio. O elenco, porém, contando com nomes como Hugh Jackman e Jake Gyllenhaal adicionou peso ao filme e fez a diferença na hora da decisão de assistir ou não.

Já no início Anna (Erin Gerasimovich) e Joy (Kyla Drew) são sequestradas e um suspeito é apontado o que dá dinamismo ao filme e já nos coloca em estado de tensão. Prepare-se porque esse estado só vai te abandonar quando surgirem os créditos.

Realmente, Alex (Paul Dano), o suspeito, sempre pareceu ser culpado. Ele agia de forma estranha e morava em um trailer (o que, convenhamos, em um filme desse gênero é algo bem suspeito). Eu ainda tinha minhas dúvidas, mas Keller Dover (Hugh Jackman) estava convicto de que ele era o sequestrador de suas filhas e, uma vez que ele foi liberado por ausência de evidências, Keller decidiu fazer justiça com as próprias mãos e encontrar sua filha. Hugh Jackman interpreta muito bem esse personagem, dando muita intensidade, principalmente, às cenas de tortura, fazendo com que o espectador compartilhe de sua aflição.

 Mas se engana quem pensa que a polícia desistiu das buscas e deixou o caso por isso mesmo.  O detetive Loki (Jake Gyllenhaal) não deixou de procurar nem as meninas e nem o sequestrador. Gyllenhaal está ótimo interpretando esse personagem, o detalhe das piscadas mais fortes nos momentos de tensão, apesar da sua aparente tranquilidade, deram mais profundidade ao detetive.

A falta de participação de alguns personagens como Grace (Maria Bello), que passou o filme inteiro dopada por remédios deitada em uma cama, e Ralph (Dylan Minnette), que nem possuí uma explicação plausível pela sua ausência no enredo, me deixaram um pouco decepcionada. Em certas horas parecia que o único verdadeiramente preocupado em encontrar as meninas era Keller Dover e o detetive.

Durante o filme vemos Alex ser torturado e, apesar disso, colaborar muito pouco, chamo atenção para a atuação de Paul Dano que, mesmo possuindo poucas falas, consegue transmitir muito através dos olhares. O aparecimento de um novo suspeito gerou dúvidas sobre quem era o verdadeiro culpado, mas diversos acontecimentos vão se ligando ao longo da trama e apontam para uma conclusão, não surpreendente, porém bem estruturada e construída desde o início do filme.

O que eu não gostei foi do final. Tudo começou a acontecer muito rápido e, por causa disso, algumas cenas e detalhes foram pouco explorados. Depois da trama toda revelada achei algumas cenas do início e meio do filme forçadas na tentativa de induzir o expectador a uma determinada conclusão. Algumas perguntas minhas (e imagino que de muitos outros também) que surgiram durante a trama não foram respondidas e acho que isso se deve à duração do filme que se prolongaria bastante na explicação de todos os porquês.

Gostei dos cenários, os lugares onde se passa a maioria das cenas são meio afastados o que contribuí para o clima de tensão. A fotografia é muito boa, nem clara ou escura demais, contribuindo com cenas escuras muito bonitas com a quantidade certa de iluminação.

Num total, gostei muito do filme, nem vi as duas horas e meia passarem de tão concentrada que estava no rumo dos acontecimentos.

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